Lá pros meados de 2016, a Fox, anunciou duas séries dos X-Men. Uma primeira que já estava em pré produção (Legion) e uma segunda que só agora anda mexendo alguns pauzinhos.
Totalmente produzida por Noah Hawley como criador, roteirista, produtor e diretor pelo menos do episódio piloto. A partir da primeira sequência de abertura, podemos ver que ela se propõe a ser diferente das demais. Nada de vilões da semana, personagens rasos ou enredos desnecessários, tudo aqui parece ser peças de um quebra cabeça da "loucura" da mente de David. Então, vamos falar mais sobre ele.
Totalmente produzida por Noah Hawley como criador, roteirista, produtor e diretor pelo menos do episódio piloto. A partir da primeira sequência de abertura, podemos ver que ela se propõe a ser diferente das demais. Nada de vilões da semana, personagens rasos ou enredos desnecessários, tudo aqui parece ser peças de um quebra cabeça da "loucura" da mente de David. Então, vamos falar mais sobre ele.
David Haller é um jovem esquizofrênico que tem poderes
sobrenaturais e vive em um manicômio nesse universo onde não fica muito claro
(pelo piloto) onde se passa e nem quando se passa.
NOS QUADRINHOS:
A grande questão é que nos quadrinhos, David Haller nada
mais é do que o filho único de Charles Xavier, o Professor X, líder dos X-Men,
integrante dos Illuminati e peça fundamental de todo o universo Marvel das HQs.
David não foi muito explorado nas páginas de quadrinhos. Vez
ou outra algum escritor tinha pode de usar o personagem extremamente delicado.
Durante o piloto, nenhuma menção ao universo mutante (apenas
uma que eu digo mais pra baixo). Muito pelo contrário, toda a série se passa em
um universo em que os mutantes não foram descobertos pela população geral,
apenas por alguns órgãos do governo americano.
O episódio tem a missão de introduzir David e sua trupe de
personagens secundários (são muitos mesmo) enquanto apresenta através da mente
dele, como viveu sua vida e como é a vida dentro do manicômio onde a linha
temporal principal se passa.
O mais interessante é ver que David sabe que tem problemas
com seu consciente talvez saiba até demais e o próprio não consegue diferenciar
a realidade de suas alucinações, de tão poderosa sua mente é, ela é capaz de
criar ilusões tão perfeitas quando a realidade, criando essa confusão tanto com
o protagonista, quanto pra quem assiste.
Tecnicamente, eu me senti acolhido pela série desde os primeiros
minutos, a trilha sonora que acompanha a sequência de abertura, contando toda
sua vida desde quando era bebê, é de encher os olhos e ouvidos. E a leva de
músicas que caem perfeitamente com os momentos da série não param por aí. A
própria trilha sonora original, composta exclusivamente para a série é muito
boa de se ouvir, um ar mais anos 80, quase a abertura de "Stranger
Things" mas não demais.
Visualmente os olhos brilham, quase caindo aquela lágrima. Todas as cenas tem uma fotografia excelente, tratamento de cor fora
do normal para séries de TV, inclusive séries de TV fechada. David demonstrando
seus poderes, nas três vezes em que ele faz isso com mais intensidade nesse
episódio, são cenas bonitas, com significado, suspense e trilhas
sonoras empolgantes de tirar o fôlego.
Dan Stevens é a revelação do momento. E não é por nada, o
cara é um EXCELENTE protagonista aqui, e consegue dar vida a toda essa loucura
mental de David Haller de forma exemplar. Ele destrói em cada cena, em cada
nuance de sua atuação e loucura do personagem. David é inteligente e usa isso
ao seu favor, assim como Stevens consegue fazer isso ao mesmo tempo.
Acima de tudo, Legion não é uma série para todo mundo. Isso
ficou firmado durante o seu piloto, que segue uma linha muita arriscada de
história não linear, onde o espectador leigo e desatento perde o ritmo e não
consegue entender sua trama. Não é uma série pro grande público e Noah Hawley
sabe disso, sabe tanto que está mais preocupado em contar uma boa história do que
o entendimento do espectador leigo. Mas isso é bom para não subestimar a
audiência, que é capaz de entender e não depende de explicação de todas as
referências e conceitos que a série aderiu.
Vivi para ver a Marvel e Fox abrirem uma parceria para uma série
juntas (ou quase isso).
Em 2015, um rompimento aconteceu na Marvel por inteira.
Ike Permulter era o chefão da Marvel comandando todas suas
subdivisões e poder ativo em todas elas. Enquanto o cara legal, Kevin Feige,
comandava a Marvel Studios mas ainda respondia ao Permulter. Ike sempre foi
conhecido como o "mão de vaca" da Marvel. Ele mesmo não aceitava
pagar os os 50 milhões de obamas pela participação de Robert Downey Jr. em
Capitão América: Guerra Civil, e se recusava a tentar entender a importância do
personagem dentro da história (acionistas fazendo coisas de acionistas dentro
dos estúdios de Hollywood). A partir daí a Disney (dona da Marvel
Entertainment), resolveu "espalhar" Permulter por todos os lados.
Kevin Feige ganhou a presidência da Marvel Studios e liberdade total por lá,
enquanto Permulter lidava com a presidência da Marvel Entertainment e
consequentemente dá Marvel TV. Essa separação resultou nas parcerias em que
Marvel TV e Fox fizeram em que seus contratos de licença só davam direitos a
filmes dos mutantes mas agora também abriria para séries do mesmo universo. E
daí nasceu Legion.
A série tem tudo pra "ser o Westworld" das séries
baseadas em personagens das histórias em quadrinhos e sim, pode ser um grande
marco para as produções darem mais liberdade criativa aos seus diretores dentro
das produções. Esse primeiro contato com a série me fez querer escrever toda
semana durante os oito episódios da primeira temporada da série. Mas como sou
um "Jovem Hesitante" e rapidinho vou me desprender da ideia, garanto
uma crítica/análise completinha ao final dessa temporada.
NOTA DO PILOTO: 5/5
Referências:
- Lembram da referência que eu disse ali em cima sobre o universo mutante? Pois então, após um excelente plano sequência que estabelece o local onde está se passando a linha temporal principal, o interrogador de David, diz a uma pessoa (um chefe daquela operação, talvez???) que eles estavam lidando com o maior telepata já existente. Rapidamente, esse possível chefe responde lembrando de algum episódio em "Sandy Hook", poderia ser alguma atividade de Charles Xavier? Fica aí o questionamento.
- Quem diria que o primo Mattew de Downton Abbey iria se tornar um queridinho de Hollywood, pegando "Legion" e a "Fera" do remake em live action de "A Bela e A Fera" para fazer não é mesmo?
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