terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Legion - Primeiras Impressões

 Esqueça todos os clichês das 15 séries adaptadas de quadrinhos de super heróis dos últimos anos (talvez de todos os anos). Silenciosamente, o FX (um canal do grupo Fox) em parceria com a Marvel TV. Uma produção que agradou toda crítica e a mim também!

Lá pros meados de 2016, a Fox, anunciou duas séries dos X-Men. Uma primeira que já estava em pré produção (Legion) e uma segunda que só agora anda mexendo alguns pauzinhos.


Totalmente produzida por Noah Hawley como criador, roteirista, produtor e diretor pelo menos do episódio piloto. A partir da primeira sequência de abertura, podemos ver que ela se propõe a ser diferente das demais. Nada de vilões da semana, personagens rasos ou enredos desnecessários, tudo aqui parece ser peças de um quebra cabeça da "loucura" da mente de David. Então, vamos falar mais sobre ele.

David Haller é um jovem esquizofrênico que tem poderes sobrenaturais e vive em um manicômio nesse universo onde não fica muito claro (pelo piloto) onde se passa e nem quando se passa.

NOS QUADRINHOS:
A grande questão é que nos quadrinhos, David Haller nada mais é do que o filho único de Charles Xavier, o Professor X, líder dos X-Men, integrante dos Illuminati e peça fundamental de todo o universo Marvel das HQs.
David não foi muito explorado nas páginas de quadrinhos. Vez ou outra algum escritor tinha pode de usar o personagem extremamente delicado. 














Durante o piloto, nenhuma menção ao universo mutante (apenas uma que eu digo mais pra baixo). Muito pelo contrário, toda a série se passa em um universo em que os mutantes não foram descobertos pela população geral, apenas por alguns órgãos do governo americano.

O episódio tem a missão de introduzir David e sua trupe de personagens secundários (são muitos mesmo) enquanto apresenta através da mente dele, como viveu sua vida e como é a vida dentro do manicômio onde a linha temporal principal se passa.

O mais interessante é ver que David sabe que tem problemas com seu consciente talvez saiba até demais e o próprio não consegue diferenciar a realidade de suas alucinações, de tão poderosa sua mente é, ela é capaz de criar ilusões tão perfeitas quando a realidade, criando essa confusão tanto com o protagonista, quanto pra quem assiste.


















Tecnicamente, eu me senti acolhido pela série desde os primeiros minutos, a trilha sonora que acompanha a sequência de abertura, contando toda sua vida desde quando era bebê, é de encher os olhos e ouvidos. E a leva de músicas que caem perfeitamente com os momentos da série não param por aí. A própria trilha sonora original, composta exclusivamente para a série é muito boa de se ouvir, um ar mais anos 80, quase a abertura de "Stranger Things" mas não demais.

Visualmente os olhos brilham, quase caindo aquela lágrima. Todas as cenas tem uma fotografia excelente, tratamento de cor fora do normal para séries de TV, inclusive séries de TV fechada. David demonstrando seus poderes, nas três vezes em que ele faz isso com mais intensidade nesse episódio, são cenas bonitas, com significado, suspense e trilhas sonoras empolgantes de tirar o fôlego.

Dan Stevens é a revelação do momento. E não é por nada, o cara é um EXCELENTE protagonista aqui, e consegue dar vida a toda essa loucura mental de David Haller de forma exemplar. Ele destrói em cada cena, em cada nuance de sua atuação e loucura do personagem. David é inteligente e usa isso ao seu favor, assim como Stevens consegue fazer isso ao mesmo tempo.

Acima de tudo, Legion não é uma série para todo mundo. Isso ficou firmado durante o seu piloto, que segue uma linha muita arriscada de história não linear, onde o espectador leigo e desatento perde o ritmo e não consegue entender sua trama. Não é uma série pro grande público e Noah Hawley sabe disso, sabe tanto que está mais preocupado em contar uma boa história do que o entendimento do espectador leigo. Mas isso é bom para não subestimar a audiência, que é capaz de entender e não depende de explicação de todas as referências e conceitos que a série aderiu.















Vivi para ver a Marvel e Fox abrirem uma parceria para uma série juntas (ou quase isso).
Em 2015, um rompimento aconteceu na Marvel por inteira.
Ike Permulter era o chefão da Marvel comandando todas suas subdivisões e poder ativo em todas elas. Enquanto o cara legal, Kevin Feige, comandava a Marvel Studios mas ainda respondia ao Permulter. Ike sempre foi conhecido como o "mão de vaca" da Marvel. Ele mesmo não aceitava pagar os os 50 milhões de obamas pela participação de Robert Downey Jr. em Capitão América: Guerra Civil, e se recusava a tentar entender a importância do personagem dentro da história (acionistas fazendo coisas de acionistas dentro dos estúdios de Hollywood). A partir daí a Disney (dona da Marvel Entertainment), resolveu "espalhar" Permulter por todos os lados. Kevin Feige ganhou a presidência da Marvel Studios e liberdade total por lá, enquanto Permulter lidava com a presidência da Marvel Entertainment e consequentemente dá Marvel TV. Essa separação resultou nas parcerias em que Marvel TV e Fox fizeram em que seus contratos de licença só davam direitos a filmes dos mutantes mas agora também abriria para séries do mesmo universo. E daí nasceu Legion.

A série tem tudo pra "ser o Westworld" das séries baseadas em personagens das histórias em quadrinhos e sim, pode ser um grande marco para as produções darem mais liberdade criativa aos seus diretores dentro das produções. Esse primeiro contato com a série me fez querer escrever toda semana durante os oito episódios da primeira temporada da série. Mas como sou um "Jovem Hesitante" e rapidinho vou me desprender da ideia, garanto uma crítica/análise completinha ao final dessa temporada.















NOTA DO PILOTO: 5/5

Referências:
  • Lembram da referência que eu disse ali em cima  sobre o universo mutante? Pois então, após um excelente plano sequência que estabelece o local onde está se passando a linha temporal principal, o interrogador de David, diz a uma pessoa (um chefe daquela operação, talvez???) que eles estavam lidando com o maior telepata já existente. Rapidamente, esse possível chefe responde lembrando de algum episódio em "Sandy Hook", poderia ser alguma atividade de Charles Xavier? Fica aí o questionamento.


  • Quem diria que o primo Mattew de Downton Abbey iria se tornar um queridinho de Hollywood, pegando "Legion" e a "Fera" do remake em live action de "A Bela e A Fera" para fazer não é mesmo?

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